BONS
E MAUS OUVINTES
O
propósito central da epístola aos hebreus é revelar aos ouvintes judeus a
superioridade da pessoa e obra de Jesus Cristo em relação aquilo que eles
conheciam na lei mosaica. Tendo já exposto a superioridade de Jesus em relação
aos anjos o autor os exorta a respeito da importância de guardarem aquilo que
lhes foi ensinado, ao dizer, “Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para
as coisas que já temos ouvido, para que em
tempo algum nos desviemos delas” (Hebreus
2.1). Sua argumentação prossegue demonstrando a superioridade das obras e
promessas de Jesus em relação a Moisés e a Josué, grandes líderes durante o
êxodo e a conquista da terra prometida. Em seguida o foco passa a relação entre
Jesus e os sumo sacerdotes mosaicos, demonstrando como a pessoa e obra de Jesus
são infinitamente superiores aquilo que aqueles homens realizaram. Porém, ao
introduzir a questão do sacerdócio pré-mosaico de Melquisedeque, o autor
novamente introduz uma pausa, dizendo-lhes “Do qual muito temos que dizer,
de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir” (Hebreus
5.11).
Não é sem causa que o autor, por mais de uma vez, relembre seus
ouvintes da importância de ouvirem de forma proveitosa aquilo que lhes era
transmitido. A palavra “negligentes”, aplicada a eles, era usada
a cerca dos membros entorpecidos de um leão doente, ou de enfermidades que as
pessoas adquiriam. Ao dizer que “vos fizestes negligentes” o autor
revela a responsabilidade pessoal deles quanto a isso, uma vez que inicialmente
haviam se demonstrado bons ouvintes, porém agora sua conduta de negligência ao
ouvir a instrução bíblica lhes condenava ao retrocesso em sua vida cristã.
Que este período de exceção não tenha causado o mesmo efeito em
nós, membros do Templo Batista Maranata, e que, se isto aconteceu, reaprendamos
com presteza a prática do ouvir proveitoso, como bem a Bíblia nos ensina
“Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque
chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não
sabem que fazem mal” (Eclesiastes 5.1).
Pastor Fabiano Almeida