MÃOS A
OBRA
Há um bom hábito em nossas igrejas que muito nos
ajuda a perpetuar o espírito missionário e evangelístico que deve caracterizar
os salvos em Cristo, a constante lembrança que todos nós, sem exceção, são
fruto do ministério de cristãos que se dispuseram a alcançar os perdidos por
meio de visitas, testemunho de porta em porta, entrega de folhetos e encontros
casuais com pessoas que pouco ou nada sabiam da salvação. É importante perceber
que o pensamento que unia todas estas estratégias era de que nenhuma oportunidade
de anunciar a Cristo deveria ser desperdiçada, o que exigia dos cristãos que
sempre estivessem preparados a dar testemunho de sua fé, independente das
circunstâncias que os cercassem.
Quando nos perguntamos o porquê de contemplarmos tão
poucas decisões por Cristo, assim como do baixo número de pessoas que se
dispõem a visitar boas igrejas batistas fundamentalistas, nossa tendência é
apontar para as inúmeras e difíceis circunstâncias que nos cercam, da pandemia
as novas tecnologias, como razão para a escassa colheita de almas. Agimos como
se os cristãos que nos precederam a poucas décadas passadas não houvessem
enfrentado também a oposição do reino das trevas a semeadura do evangelho,
desmerecendo o fato que eles foram frutíferos em meio a idolatria e ignorância
que reinava em nosso país no tempo destes pioneiros da fé. Mesmo que hoje
nossos recursos sejam infinitamente superiores ao das gerações passadas,
permanecemos distantes de igualar os frutos que eles alcançaram.
Se a questão não envolve falta de recursos, nem de
oportunidades, nem de habilidades, devemos então reconhecer que a razão pela
qual o evangelho não tem alcançado vidas na proporção que o fez no passado deve
então residir nos próprios cristãos de nossos dias, não sendo de natureza material,
mas sim espiritual. Falta-nos a convicção espiritual que ardia no coração da
geração passada, expressa pelo apóstolo Paulo em sua segunda epístola aos
coríntios “De sorte que somos embaixadores da
parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da
parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus” (2 Coríntios 5.20).
O que devemos fazer é o mesmo que a geração passada
fez, não desperdiçando as muitas oportunidades que temos de testemunhar de
Cristo por meio de visitas, entrega de folhetos, testemunhando de porta em
porta e por meio dos meios digitais de grande alcance que hoje possuímos. A
geração passada nos apresenta o caminho, esperando que respondamos da mesma
forma que eles: mãos a obra!